No dia 29 de janeiro recebemos no Observatório Saúde o Dr. Francisco Balestrin, Presidente da International Hospital Federation e Presidente do Conselho do CBEXs, ex-Presidente da ANAHP - Associação Nacional dos Hospitais Privados, Dr. Haikal Helou, Presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás - AHPACEG e do Prof. Christiano Quinan, Idealizador do Observatório Saúde, Sócio fundador do Grupo The1 (Brasil e EUA), Professor e Presidente do capítulo Goiás do CBEXs, para falar sobre os desafios e o contexto do mercado de saúde regional, nacional e internacional.
A verticalização e a consolidação do sistema de saúde no Brasil é uma realidade, e com a redução do número de operadoras e de beneficiários privados da saúde, se configura uma tragédia no setor. Na opinião do Dr. Helou, há um receio que a verticalização seja a única saída, mas o mais importante é que o caminho da confiança entre a cadeia produtiva da saúde se torne uma realidade. Usando o trocadilho da verticalização, porque não fazer uma “inclinação”? “Unir a rede prestadora com as operadoras e verticalizarmos entre nós, com confiança”. O ano de 2020 para Goiás será um ano decisivo, com grandes mudanças na saúde privada. O Estado de Goiás vive um momento curioso, de acordo com o Presidente do CBEXs, Dr. Balestrin. “O Estado viveu numa bolha durante muito tempo, que rompeu ao mesmo tempo com a vinda do Hospital Albert Einstein, da Hapvida, e em Brasília, do DF Star, do Hospital Sírio Libanês, do MD Anderson”, afirma Dr. Helou.
Na opinião do Dr. Balestrin, a verticalização é uma tendência, pois a realidade econômica do Brasil, a perda de 3 milhões de beneficiários de assistência saúde privada nos últimos 5 anos, além do desemprego no Brasil ainda em níveis elevados, o crescimento das operadoras de planos de saúde que estava previsto, foi frustrado. Importante salientar também que destes 3 milhões de beneficiários que a saúde suplementar perdeu, em sua maioria foram os mais jovens e suas famílias, com faixa etária menor, que são chamados pelo jargão de “oxigenadores” das carteiras de planos de saúde, que equilibram o sinistro e dão sustentabilidade para as mesmas. No mesmo sentido, o mercado privado manteve uma carteira de cliente com uma faixa etária maior, deixando um nova realidade, ou seja, uma maior frequência de utilização e um maior custo, a tempestade perfeita, com desperdícios na saúde de 20%, conforme reconhece a OMS, que no Brasil representou R$ 100 Bilhões em 2019, e além disso há um modelo de remuneração que não está claro, que está vinculado ao modelo assistencial no Brasil, desestruturado e desorganizado, e uma das solução para a sustentabilidade do sistema de saúde pode ser a estruturação e a organização deste modelo. Somado a este quadro tumultuado, há o clamor da sociedade em busca de um custo suportável em seu orçamento, que vem causando o efeito de downgrade – acesso à planos de menor custo - dos usuários da saúde suplementar.
Hoje, os verdadeiros “donos” da carteira de saúde privada no Brasil são os empresários, que subsidiam este benefício de acesso aos seus colaboradores, e não as operadoras de saúde, que são apenas transferidores de recursos, agentes financeiros. Desta forma, as empresas estão se aproximando cada vez mais da gestão da saúde de seus colaboradores, que não está nas operadoras e sim nos prestadores de serviços, ou seja, nos consultórios, nas clínicas, nos serviços de diagnóstico e nos hospitais, uma estratégia eficaz para o controle de sinistro e entrega de qualidade.
Ouça e veja a conversa completa com estes líderes em nossa Plataforma de Conteúdo em Saúde, o Observatório Saúde (www.observatoriosaude.com.br). Convido você, que faz parte deste sistema, que se junte à nós, pois os desafios são grandes e se renovam a cada dia.
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