O segmento de saúde vem se utilizando estrategicamente o marketing, monitorando e procurando entender os momentos e movimentos permanentes pessoais e sociais?
A essência de fazer marketing é entender mais sobre a filosofia da mente humana e entender mais sobre os fenômenos sociais. A essência do marketing está em entender de pessoas, levando em consideração aspectos filosófico, antropológicos, psicológicos e econômicos. O marketing deve entender o comportamento humano, suas percepções e os processos que formam e consolidam seus valores e crenças.
Em um ambiente de cuidados médicos, onde o ato da avaliação médica e diagnóstica não podem ser mensuradas, considerando que o paciente é leigo, os clientes avaliam qual oferta proporciona maior valor. No ambiente dos planos de saúde, onde "compramos" uma expectativa de cobertura de risco, ainda não conhecido, fica ainda mais difícil a avaliação.
Na área de saúde, o marketing pode ser abordado de forma diferenciada frente a outras aplicações tradicionais de marketing, pois seu objetivo não é criar demanda, ou seja, não é gerar consumo, mas sim orientar a demanda e suprir a necessidade. O marketing deve ser um instrumento de melhora da qualidade de vida.
Há concepções errôneas do segmento de saúde sobre marketing, várias delas associadas ao foco do conceito de produto. Médicos acreditam que as pessoas precisam da Medicina. Logo, ela não precisa ser vendida nem há motivo para estudar a satisfação do paciente. O marketing, entendido erroneamente como um nome disfarçado para propaganda, só serviria para gastar a receita que os profissionais da saúde geram. Certo ou errado?
A atração e retenção de clientes pode ser uma tarefa difícil, considerando a grande oferta de serviços, marcas, preços e fornecedores. Em vista disto, a abordagem da qualidade no atendimento, principalmente nos Hospitais e Serviços de Diagnóstico, vem se tornando estratégico, com objetivo de gerar uma nova experiência de atendimento ao paciente e sua família, que é o valor realmente percebido, e assim fideliza-los, ou melhor, engajá-los nos cuidados à saúde.
Para estabelecer conexão com os seres humanos, as marcas precisam desenvolver uma identidade autêntica, o núcleo de sua verdadeira diferenciação, que vemos em alguns serviços diferenciados em saúde. Essa identidade refletirá a marca nas redes sociais de consumidores, nas redes de relacionamentos, na mídia, e em outros meios de propagação de imagem. A personalidade de marca com identidade singular será construída ao longo de sua vida.
Outra estratégia que vem sendo utilizada é a segmentação, ou seja, uma abordagem que fica entre o marketing de massa e o marketing individual. Supõe-se que os compradores de determinado segmento tenham preferência e necessidade muito similares. O segmento de saúde vem utilizando o marketing individual para atingir a pessoalidade no atendimento, algo recente, felizmente e infelizmente.
É hora de despertar para o futuro da saúde e para o empoderamento do paciente/cliente/consumidor e sua família, pessoalizando o cuidado, entregando uma diferenciação, que é o ato de desenvolver um conjunto de diferenças significativas para distinguir a oferta da empresa com que os concorrentes estão oferencendo, nas dimensões de produtos, serviços, pessoas, canal e imagem, que pode ser através da segmentação, buscando um posicionamento no mercado, gerando valor ao cliente e vantagem competitiva à instituição de saúde, como são os casos mais recentes da DASA, da QSaúde, da Alice, da Hapvida, entre outros exemplos.
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