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Tendências na Saúde

Atualizado: 30 de abr. de 2020

Recebemos no Observatório Saúde a Dra. Claudia Cohn, uma das mais influentes líderes da saúde no Brasil, Diretora da DASA, Coordenadora do Conselho da Confederação Nacional de Saúde, Conselheira da ABRAMED (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), Conselheira e Fellow do CBEXs (Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde), para o bate papo de líderes da saúde, sobre Tendências na Saúde.



Para falarmos sobre tendências na saúde, precisamos considerar a complexa jornada de acesso de um usuário ao sistema de saúde, com excesso de informação, com cobertura ampla, com livre e ilimitado acesso. O uso do sistema de saúde por qualquer indivíduo é semelhante ao ato de permitir que um leigo pilote um jato sem habilitação, ou semelhante à presentear alguém com um cartão de crédito sem limite de uso, e mais, sem a responsabilidade do pagamento deste uso.


Precisamos pensar a saúde como um sistema, e não separar o público do privado, pois temos somente 25% da população brasileira com acesso ao sistema privado. O privado e o público devem se integrar, apesar de todas as barreiras impostas, precisamos superá-las. O sistema é desenhado para atender à todos e não para ser eficiente, pois o uso, a frequência e a disponibilidade não evoluem no mesmo ritmo da gestão deste complexo sistema, ainda em construção. A gestão precisa ser aprimorada à várias mãos, com fórmulas e medidas, adaptadas à realidade brasileira, e mais ainda, as regionalidades do Brasil , condições desiguais sob o ponto de vista epidemiológico, demográfico, cultural, econômico, comportamental e até, genético.


Segundo o IBGE, 45% dos brasileiros já vivem com, pelo menos, uma doença crônica, a qual atingirá pelo menos 101 milhões de brasileiros até 2030. À exemplo, nos EUA, 6 a cada 10 adultos tem pelo menos uma doença crônica, e 4 em cada 10 adultos tem duas ou mais doença crônica, e isso representa por ano US$ 2,7 Trilhões de custo, somente para tratamento do paciente crônico. Somado à este dado epidemiológico, temos o dado demográfico do envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida, não necessariamente com mais saúde, pelo contrário, temos mais pessoas doentes. Hoje está formada a tempestade “perfeita”, onde , se nada for feito, causará consequências devastadoras.


A cultura no Brasil, como sabemos , é do tratamento da doença e não da saúde. É muito importante buscar uma iniciativa colaborativa para transformar esta cultura, utilizando as mídias, hoje tão acessíveis e influentes, para reverter ou minimizar esta tempestade devastadora na saúde. Precisamos educar o consumidor da saúde, e nós, que somos consumidores também deste serviço, devemos estar conscientes da necessidade de aprender, à assumir responsabilidades, mudar nosso comportamento e nosso estilo de vida. Precisamos ir além, mudando o futuro, educando e cuidando das novas gerações, de nossas crianças, que tem um papel gigante na transformação do sistema de doença para um sistema de saúde.


Não podemos reverter o dado demográfico de envelhecimento no Brasil e no mundo, mas podemos e devemos transformar nossa saúde. As empresas não devem terceirizar a saúde de seus colaboradores para planos de saúde, e devem assumir a sua responsabilidade na solução dos problemas do sistema de saúde, uma vez que 82% dos beneficiários da saúde privada vem de empresas, o que representa aproximadamente 34 milhões de colaboradores/beneficiários da saúde, além de 105 milhões de brasileiros que estão empregados. Com estes número podemos entender a dimensão e a enorme responsabilidade das empresas para a construção do futuro da saúde. Dentro das empresas podemos influenciar a mudança de comportamento, prover informações de saúde, não somente para cumprir a legislação, mas para verdadeiramente engajar os colaboradores em cuidar da própria saúde e até, monitorando suas doenças, bem como ainda prover programas e ferramentas para este cuidado. As empresas brasileiras fazem parte da solução do futuro da saúde e de sua sustentabilidade econômica, financeira e social.


Outra das soluções para este tão sonhado e falado futuro da saúde, além da mudança do comportamento da população, passa pela tecnologia aplicada à saúde, como a telemedicina, a inteligência artificial, a medicina de precisão , medicina personalizada com a genômica e o uso adequado do big data. Os desafios são grandes, mas são passíveis de serem revertidos. Devemos assumir nossas responsabilidades e trilhar um caminho único.


Veja e escute o bate papo completo com a Dra. Cláudia Cohn no canal de vídeo e no podcast do Observatório Saúde. Seja bem-vindo à sua plataforma de conteúdo em saúde.




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1 comentario


ocandidop
02 mar 2020

Como subsídio,


1.É preciso considerar que ao se equalizarem os Planos de Saúde em Vidas-Ano com AIS(ações integrais de saúde) tem-se a sinalização de que o Sistema-OPS atende 12,01% da população brasileira.

Assim, ao que parece, o que a cobertura referenciada tem como fonte a ANS que soma dados heterogêneos.


2.Considerando que a População Economicamente Ativa é de 146.61 milhões e que temos 50,67 milhões empregados formalmente(39,17 milhões\CLT e 11,5 milhões\ServPúblicos) o que temos são 95,94 milhões de desempregados, sendo:

a)43,0 milhões trabalhando informalmente no modo subutilizado;

b)12,0 milhões que procuram insistentemente empregos;

c)4,7 milhões tidos como “desalentados” e

d)36,24 Demais que são desconsiderados.

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